Localizado junto à estação de Lousado -entroncamento das Linhas do Minho e de Guimarães - recentemente renovado, este espaço de memória deixa entrever claramente um novo e motivante discurso museográfico.
Mantêm-se bem vivos a memória e o respeito devidos aos (cerca de) 200 trabalhadores que aqui trabalhavam na década de 70.
É feita uma cuidadosa apresentação de peças e elementos representativos não só do ambiente de trabalho oficinal - a carpintaria, tornos, caldeiras e compressores - como também de outros espaços ferroviários: a estação - bilheteira; sala de despachos - a Passagem de Nível - vigiada por uma zelosa Guarda trajada com a indumentária da década de 40 - as antigas mesas de sinalização de Lousado e de Ermesinde, o Saxby da Trindade e sinais de plena via.
E no fundo de uma das salas, uma carruagem com leito em madeira construída em 1874 e que fora posteriormente transformada em Posto Médico para os funcionários do caminho de ferro e suas famílias. Uma grande Família.
E não faltam os acessos para cidadãos portadores de deficiência motora; não falta o espaço para as crianças porque "o comboio é fixe!", não falta o espaço para as merendas escolares nem o Auditório (que é mesmo uma antiga carruagem do Vale do Vouga).
E, ali ao lado, não faltam também os comboios de via larga que emprestam a este museu, a velocidade e os barulhos que, conjuntamente com o alarido dos mais novos e os cheiros da nafta, do óleo e da resina fazem deste espaço um espaço vivo. É uma assumida homenagem aos ferroviários mas também àqueles que viajaram nestes Comboios e que em seu redor construíram a sua própria existência e nelas fundeiam um pedaço da sua identidade.
Só falta mesmo a sua visita! (a continuar).
Dario Silva 18Mai03
|