AGENDA »» “Memórias do Comboio de Guimarães” lançado a 19 de Novembro na Sociedade Martins Sarmento (Guimarães) 2004 | ||||
(13-11-2004) Casimiro Silva e Samuel Silva apresentam na próxima sexta-feira, o livro “Memórias do Comboio de Guimarães”. A cerimónia terá lugar na Sociedade Martins Sarmento, na cidade Berço, e os dois autores explicam a escolha do local pelo facto de aquela instituição ter sido, “no século XIX, uma das que mais lutaram pela obtenção de uma ligação ferroviária que servisse Guimarães, a par da Associação Comercial e da Associação Artística Vimaranense”. A data da apresentação também não surge por acaso:quatro dias depois, a 23 de Novembro, passam 130 anos sobre o início dos trabalhos de construção do caminho-de-ferro de Bougado a Guimarães. A 14 de Abril de 1884, o primeiro comboio de exploração comercial chegou à estação de Vila Flor, em Guimarães. Essa data marcaria indiscutivelmente todo o século seguinte da história vimaranense. E é precisamente “a História e as estórias” ligadas aos comboios em Guimarães que Casimiro Silva e Samuel Silva editam agora em livro. O trabalho faz um percurso que vai desde as lutas políticas para fazer chegar uma linha ferroviária a Guimarães, à decadência do caminho-de-ferro vimaranenses em tempos mais recentes. Sem pretender “ser um livro de História, mas com história”, os dois autores dão ênfase à importância que a ferrovia teve no desenvolvimento da cidade Berço e na afirmação industrial de todo o vale do Ave. A publicação é fruto do trabalho de várias pessoas. “A ideia do livro partiu de António Pastor”, um vimaranense apaixonado pelos comboios, e cresceu com Luís Caldas, que acabaria por arrastar os dois para esta “aventura”, como lhe chama Samuel Silva. “Guimarães tem uma história rica ligada ao caminho-de-ferro”, contam os autores, mas era necessário “coligi-la”, já que esta se encontra “dispersa e algo incompleta”. “Foi isso que nos propusemos a fazer, já que os vimaranenses e as populações dos concelhos por onde passa a linha de Guimarães, devem conhecer quem fez a história das suas terras”, sublinham. “Durante 120 anos o comboio entrou Guimarães dentro, ajudando o progresso vimaranense”, realçam, contribuindo “imenso” para que a cidade e o concelho “perdessem as suas marcas demasiado rurais”. Era esta a mudança tão “almejada” por aqueles que “tudo faziam para que a sua terra entrasse nos trilhos do desenvolvimento”. Mas nesse caminho de inegável sucesso nem tudo foram facilidades. Por exemplo, as obras de construção da linha de Guimarães demoraram quase dez anos a ficarem concluídas e o processo sofreu avanços e recuos “com contornos rocambolescos”. O livro inspira-se em grande parte em documentos até agora desconhecidos do grande público, pertencentes a Raimundo Gonçalves, um coleccionador da cidade que adquiriu grande parte do espólio da Companhia de Caminho-de-Ferro de Guimarães. Esse facto ajudou a desvendar outras histórias desconhecidas e a valorizar o trabalho que será dado agora à estampa. A apresentação pública estará a cargo de António Amaro das Neves, presidente da Sociedade Martins Sarmento e da vereadora da cultura da câmara de Guimarães, Francisca Abreu. A obra é uma edição da Ideal, Artes Gráficas e contou com o apoio da “Abel da Silva Pinheiro” e da autarquia vimaranense. O Comboio em Portugal tem o privilégio de publicar na íntegra e em exclusivo, o primeiro capítulo deste novo livro. Disponível aqui (PDF 643 Kb) |
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